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Burnout, quando o estresse no trabalho chega ao limite

Dedicado à saúde mental, neste mês de setembro também é preciso chamar a atenção para o esgotamento físico e mental que a pressão no trabalho pode causar

Por Cristiane Bomfim, da Agência Einstein

Neste mês, diversas campanhas alertam o brasileiro para a importância da saúde mental. O setembro amarelo é o mês no qual se lembra a importância do tratamento de doenças como a depressão e a ansiedade, mas outra condição responsável por grande sofrimento ganha espaço. A Síndrome de Burnout, caracterizada pela exaustão emocional promovida pelo estresse no trabalho. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde anunciou que, pela primeira vez, incluirá a síndrome na Classificação Internacional de Doenças (CDI), definida como “síndrome resultante de estresse crônico no trabalho que não foi gerenciado com sucesso.” A nova versão da CID entrou em vigor em 2022. Lá, o Burnout aparecerá no capítulo “problemas associados ao emprego ao desemprego.”

Não se sabe ao certo quantas pessoas no mundo apresentam a condição. A realidade, porém, mostra que os indivíduos se sentem cada vez mais pressionados no trabalho, submetendo-se a longas jornadas em ambientes sociais às vezes pouco saudáveis. No Brasil, há ainda a questão do alto índice de desemprego, hoje quase na casa dos 13% da população, representando fator de angústia para quem está fora do mercado. Segundo pesquisa feita pela seção brasileira da International Stress Management – entidade internacional dedicada ao estudo do estresse -, cerca de 32% brasileiros apresentam sintomas da síndrome.

Três características definem a síndrome: exaustão ou esgotamento de energia, aumento do distanciamento mental ou sentimentos de cinismo e negativismo em relação ao trabalho e diminuição da eficácia profissional. Normalmente, há o aparecimento de sintomas físicos, como dor de cabeça constante, fadiga e alterações frequentes de humor e também alterações no comportamento. “A pessoa apresenta necessidade de provar seu valor e não consegue se desligar das tarefas profissionais”, explica a psicóloga Ana Merzel Kernkraut, coordenadora da Experiência do Paciente do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Entre as ações que acabam fazendo parte do cotidiano de alguém com a síndrome estão a checagem de e-mails no fim de semana, antes de dormir e em momentos de lazer e a troca das necessidades pessoais pelo trabalho. Entre elas, deixar de comer ou dormir menos.

O tratamento varia a cada caso. Pode exigir medicação, dependendo da indicação médica, claro, ou ser controlado por meio de psicoterapia e adoção de exercícios físicos e de relaxamento. O importante é ficar atento e, aos primeiros sinais de algo está errado, procurar um médico.

Sintomas do Burnout:

  • Cansaço físico e mental excessivos;
  • Dor de cabeça constante
  • Alterações no apetite
  • Insônia
  • Dificuldades de concentração
  • Sentimentos de fracasso, insegurança, derrota e desesperança
  • Negatividade constante
  • Alterações de humor repentinas
  • Isolamento
  • Fadiga
  • Pressão alta
  • Dores musculares
  • Problemas gastrointestinais
  • Alterações nos batimentos cardíacos

Como prevenir

Estratégias simples são capazes de diminuir o estresse e a pressão no trabalho e ajudam a prevenir a Síndrome de Burnout:

  • Defina pequenos objetivos na vida profissional e pessoal.
  • Participe de atividades de lazer com amigos e familiares.
  • Evite o contato com pessoas “negativas”, especialmente aquelas que reclamam do trabalho ou dos outros.
  • Converse com alguém de confiança sobre o que está sentindo.
  • Faça atividades físicas regulares.
  • Não tome remédios sem prescrição médica.

(Fonte: Agência Einstein)

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